Boaventura de Sousa Santos - Entrevista sobre Alice (PT, Completa)
2012-11-19

Boaventura De Sousa Santos responde a questões sobre o projeto ALICE. Coimbra 16 Fevereiro 2012. Lista das Questões: - Pode, por favor, fazer uma breve introdução sobre a ALICE? Porquê ALICE? - Quais são os elementos, as ferramentas, os procedimentos e as abordagens que espera virem a fortalecer as vozes do Sul? - O seu trabalho é bem conhecido por todo o mundo e a sua experiência amadureceu dentro e fora da academia. Em que medida espera que a prestigiada bolsa avançada do Conselho Europeu de Investigação venha a contribuir para desenvolver a sua estrutura teórica e definir novos caminhos? - A ALICE surge como um ponto de partida e um ponto de chegada. Um ponto de chegada, porque resulta de muitos dos desafios que foram surgindo ao longo do trabalho desenvolvido durante as mais de três décadas de trabalho de investigação do CES e um ponto de partida, porque aceita os desafios e procura levá-los à prática, levando a investigação mais longe. A questão que eu coloco é: de onde é que vem e para onde é que vai a ALICE? - Na base da proposta de investigação da ALICE estão as Epistemologias do Sul. Pode explicar-nos um pouco o que são as Epistemologias do Sul? - A ALICE vem promover uma ecologia de saberes e trazer essa diversidade de conhecimentos precisamente num momento em que, na Europa, impera a ideia de esgotamento de alternativas. Quais são as suas expetativas em relação à forma como as instituições políticas e os centros de poder irão participar neste projeto ou receber os resultados deste projeto? - Há uma metáfora muito chamativa e interessante que identifica a ALICE, que é a dos espelhos estranhos e das lições inesperadas. Qual é o significado desta metáfora? - Uma premissa fundamental da ALICE é que o Norte global, acostumado desde sempre a impor e a ensinar, pode e deve aprender com o Sul. Se tivesse que identificar a aprendizagem ou as aprendizagens mais relevantes para o Norte global, o que destacaria? - Uma última pregunta: como situa a ALICE no desafio de uma globalização alternativa, contra-hegemónica?