Ser genial não chega, é preciso coragem para mudar os corações das pessoas! A frase, saída de um filme, [Farrelly, Peter. (2018). Green Book], misturando facto e imaginação, vida real e estória contada, sublinha a matriz da nova publicação Mestras e Mestres do Mundo: Coragem e Sabedoria. Resultante do projeto «ALICE - Espelhos estranhos, lições imprevistas: definindo para a Europa um novo modo de partilhar as experiências do mundo», coordenado por Boaventura de Sousa Santos, e financiado pelo Conselho Europeu de Investigação, agrega e difunde as vidas, vozes e gestos de Mestras e Mestres que nos apontaram novas formas de viver, compreender e agir sobre o mundo.
Falamos de ativistas, académicas/os, intelectuais, artistas ou escritoras/es que se destacaram na luta contra as diferentes formas de opressão, construindo caminhos de justiça social, cognitiva e sexual. São vidas e vozes do Sul global que ecoam nos lugares do Mundo, continuando a encontrar ressonância nos chãos de todas e todos os que carregam a vontade de tecer uma vida mais justa e digna. Como diz o provérbio, é “escolher a coragem em vez do conforto”, é avançar sabendo que há riscos. Estar na luta, ser insurgente, requer coragem, é fazer do conhecimento um gesto de punho fechado, mobilizando outros, juntando uma multidão, derrubando muros.
O primeiro capítulo abre-se a 14 de março, com Marielle Franco, caída pela força da bala, mas sempre levantada, sempre “presente”, “nunca largou a mão de ninguém”, ainda vive, ainda nos chama! A apresentação e lançamento desta nova publicação acontecerá no seminário O capital agrário, as lutas pela terra e as Epistemologias do Sul. Uma leitura a partir da África Austral, integrado no ciclo “Construir as Epistemologias do Sul”, que decorre no CES|Alta (sala 1), a 2 de abril de 2020. A cada mês, serão abertas duas novas páginas, folheando as vidas de gente com rosto, nome e estórias que se agigantam, fazendo-nos crescer.
Mestras e Mestres do Mundo é uma obra coordenada por Boaventura de Sousa Santos, Teresa Cunha, João Arriscado Nunes e Susana de Noronha e escrita no coletivo, aproximando gente de vários continentes e campos de investigação e atuação, continuamente aberta a novos capítulos e contribuições. Numa linguagem que seja entendida por todas e todos, estende-se o convite a quem queira trazer para a escrita, mais uma mulher, homem, criança ou gente sem vínculos a predefinições de género, que nos tenham ensinado e abastecido com outros saberes, criando pedaços para um outro Mundo.
As propostas de colaboração para submissão de novos textos podem ser enviadas para mestrxs@ces.uc.pt
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